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21/06/2011

A mulher é tratada com respeito no Brasil? Com a palavra, a sociedade.

Alice Bianchini

ALICE BIANCHINI*
Pesquisador: Danilo Cymrot**

*Recomendo a leitura deste bem escrito artigo. (LFG)

Em 2005 Pesquisa DataSenado constatou que, de forma geral, no Brasil, 8% das entrevistadas achavam que a mulher era tratada com respeito; 35%, que a mulher era tratada às vezes com respeito (54% das mulheres com pós graduação, 29% das mulheres com nível de Ensino Fundamental); e 56%, que ela não era tratada com respeito (62% das mulheres com mais de 50 anos, 60% das mulheres de até 19 anos de idade, 62% das mulheres com renda familiar de até 2 salários mínimos).
Apenas 6% das entrevistadas achavam que as mulheres, no Brasil, recebiam o mesmo tratamento que os homens; 12%, que recebiam às vezes o mesmo tratamento; e 81%, que não recebiam o mesmo tratamento.

Dois anos depois (2007), Pesquisa DataSenado realizada sob a égide da Lei Maria da Penha revelou que 8,2% das entrevistadas achavam que a mulher era tratada com respeito no Brasil (+2,5% em relação a 2005); 42,3%, que era tratada às vezes com respeito (+20,86% em relação a 2005); e 49,6%, que não era tratada com respeito (-11,43% em relação a 2005). Já Pesquisa DataSenado de 2009 mostrou que apenas 5% das entrevistadas achavam que a mulher era tratada com respeito no Brasil (-39,02% em relação a 2007).

Finalmente, Pesquisa DataSenado de 2011 constatou que 6% das entrevistadas acham que a mulher, no Brasil, é tratada com respeito (-25% em relação a 2005); 51%, que é tratada às vezes com respeito (+45,71% em relação a 2005); e 41%, que não é tratada com respeito (-26,78% em relação a 2005).

Esquematicamente:

Tabela 1

Após a entrada em vigor da Lei Maria da Penha (2006), percebe-se que, de 2007 a 2011 diminui a percepção das mulheres no relativo a serem tratadas com respeito (variação de 26,83%). Por outro lado, também atenuou a percepção de que elas não eram tratadas com respeito (decréscimo de 17,34%). O percentual de maior crescimento se refere ao entendimento de que são tratadas às vezes com respeito: de 42,3% passou para 51%, ou seja, um aumento de 20,57%.

Somando-se os dados de 2011 referentes a não ser tratada com respeito e a ser tratada às vezes com respeito, chega-se a 92% das entrevistadas, índice que demonstra o quanto a sociedade brasileira ainda precisa avançar sobre o tema.


* Doutora em Direito Penal pela PUC/SP. Presidente do IPAN – Instituto Panamericano de Política Criminal. Coordenadora do Curso de Especialização TeleVirtual em Ciências Penais da Universidade Anhanguera-Uniderp, em convênio com a Rede LFG. Siga-me no Twitter e no Facebook.
** Pesquisador do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes. Mestrando em Direito Penal pela Universidade de São Paulo.

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