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“Há muita confusão na Terra com relação
ao que se chama de vida religiosa. De começo, essa confusão se estabelece pela
deficiência dos conceitos de religião que as pessoas têm geralmente. Pensa-se
que a religião seja a vestimenta ideológica com que tanta gente se traveste de
virtuosa, com o intuito de exaltar a própria vaidade. Costumeiramente, pensa-se
que a religião seja uma casta composta por pessoas eleitas para que o SENHOR as
escolha, e somente elas, para adentrarem no Reino dos Céus e manterem uma vida
de delícias e ociosidade perenes. Pensa-se em religião, como se ela
significasse um contexto socioeconômico, no qual quem mais doa aos cofres
institucionais ou quem mais detenha recursos materiais, maiores possibilidades
apresenta de ser contemplado pelo Chamado Divino. Dessa maneira, incontáveis
criaturas imaginam que a sua vida religiosa deve resumir-se à lista de
petitórios e lamentações dirigidas ao Criador, envergando a capa de perenes
vítimas da sorte. Não poucos concebem que a sua vida religiosa tenha que se
circunscrever às liturgias, por meio de palavras específicas, de instrumentos
coloridos, chamativos, plenos de significados psicológicos emocionais. Para
incontáveis pessoas, a vida religiosa estará na capacidade de memorização de
textos ou no poder persuasivo que desenvolvem com esforço disciplinador, cujos
resultados agradam mais as vaidades comuns do que o crescimento espiritual.
Vida religiosa nada tem a ver com atitudes artificiais ou piegas por muitos
adotadas. A religião verdadeira não passa obrigatoriamente pelas aparências de
fora, mas sempre será uma realidade vibrante no íntimo dos seres. Como tem sido
a sua vida religiosa? Tem você mantido as aparências graciosas da fé, enquanto
alimenta azedumes, invejas, mágoas e rapina no coração ou tem se esforçado por
ser intimamente o que Deus espera de você? A sua vida religiosa precisa ter o
aroma das reais virtudes que crescem aos poucos, mas que não estão ausentes da
vida dos religiosos verdadeiros. Nas lutas e renúncias de Gandhi, vemos sua
vida religiosa ativa, laboriosa e útil. Nas pelejas e renúncias de Lincoln,
achamos a sua vida religiosa corajosa, desafiadora e útil. Nos esforços e
renúncias de Madre Teresa, encontramos os sinais inquestionáveis da sua vida
religiosa dedicada, transformadora e útil. Se, na condição de pessoa religiosa,
os seus atos não forem enobrecidos e úteis a ninguém, tenha a certeza de que
eles são vazios e sem qualquer valor para a vida interior. Pense e repense
acerca da sua vida religiosa, transforme-se para o bem o quanto possa,
desenvolva-se no amor o quanto puder, porque somente assim a sua atuação na
esfera religiosa espalhará a Luz do CRISTO e o fará realmente feliz”.
(Doutor em Educação, Professor,
Filantropo e um dos Fundadores da Sociedade Espírita Fraternidade, Raul
Teixeira)
“Enxergar implica em desconstruções, perceber-se pode desembocar em quebra de paradigmas, em novas descobertas, na coragem de deixar as nuvens, ascender ao céu e depois ir mais longe”.