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“A árvore da fé viva não
cresce no coração, miraculosamente. A maioria das pessoas admite que a fé
constitua milagrosa auréola doada a alguns espíritos privilegiados pelo favor
divino. Isso, contudo, é um equívoco de lamentáveis consequências. A sublime
virtude é construção do mundo interior, em cujo desdobramento cada aprendiz
funciona como orientador, engenheiro e operário de si mesmo. Não se faz
possível a realização, quando excessivas ansiedades terrestres, de parceria com
enganos e ambições inferiores, torturam o campo íntimo. A lição do Evangelho é
semente viva. O coração humano é receptivo, tanto quanto a terra. É
imprescindível tratar a planta divina com desvelada ternura e instinto enérgico
de defesa. Há muitos perigos sutis contra ela, quais sejam as opiniões ociosas,
as discussões excitantes, o hábito de analisar os outros antes do autoexame...”
(Emmanuel por Chico Xavier)
“Meu pai,
minha mãe, Deus nos abençoe. Não me creiam refeito, como é preciso. Estou em tratamento,
hospitalizado como é necessário para atingir as melhoras indispensáveis. Hoje,
as lembranças foram assim tão fortes entre nós, que se fizeram exigências. Disseram-me
que conseguiria falar-lhes qualquer cousa que me saísse ao coração.
Especialmente para o seu carinho, meu pai, tanto quanto para a Mãezinha, anjos
bons de minha vida, que não consigo separar em meu carinho e gratidão. Papai,
apesar disso, venho pedir-lhe para guardar a fé em Deus. Não esqueça os seus
pensamentos de confiança na Providência Divina. Mamãe vem procurando
adaptar-se, mas você, meu pai, tem a nossa dor trancada no peito. Procure
abrir-se na prece a ajude-me. Não pense que a morte é o fim e, quanto puder,
não busque notícias detalhadas das últimas horas de seu filho no corpo físico. Passado
é passado. Busquemos viver. O choque foi grande... Senti que o pensamento como
que me adormecera. Descansei tão depressa como se estivesse recolhido ao leito.
Ainda não sei explicar isso muito bem, mas se me refiro ao problema, é tão só
para que não fiquem pesquisando quanto a pancadas e ferimentos que o baque me
teria imposto. Reconheci que me via apagando, como um desmaio natural em
qualquer acidente, mas não julguei que fosse a morte ou essa ocorrência que
supomos seja no mundo o fim da vida... Depois, foi o silêncio e o sono, até que
acordei amparado por vários amigos, especialmente por meu tio Antônio e Vovó Tereza,
que, afinal, somente depois, reconhecia... Como quis falar, correr ao encontro
de vocês e contar o que me sucedia, mas estava sem forças, embora lúcido. Pouco
a pouco, asserenei-me... mas depois seus lamentos e suas lágrimas com as
lágrimas e os lamentos de mamãe me alcançaram. Quem estaria mais desapontado ou
mais triste? Penso que isso era mais grave em casa porque eu sofria, mas sofria
com a certeza da vida e com a luz da esperança... Hoje, venho pedir-lhes calma
e conformação. A morte não é o fim. A vida prossegue, tudo prossegue,
entretanto, precisamos de amor e fé viva em Deus para estarmos em paz. Não
acreditem que estou no recanto do túmulo, não me chamem chorando, porque eu não
sei o que fazer para consolá-los. Procurei o nosso Luís Antônio, o nosso
Biazzio, que me falava em vida espiritual, diligenciando achar um carinho para reconfortá-los.
Grande amigo. Fez prodígios para atender-me. Com o tempo as cousas melhorarão. Comecemos
estudando o que é a vida e a morte, o caminho espiritual e os deveres maiores. Antes
de tudo, rogo-lhes calma. Meu pai querido, continuo seu filho, seu companheiro.
Se pudesse, papai, me tornaria visível aos seus olhos, a fim de ampliar-lhe a
fé. No entanto, se nos conformarmos, tudo vai caminhar para a situação de
segurança que desejamos. Não diga que Deus me levou antes da hora... Aconteceu
o que devia acontecer. Não desejem morrer para encontrar-me. A morte deve ser
um portão aberto espontaneamente do lado em que estou agora. E creiam que o
filho não deixará de estudar e trabalhar e que, com o amparo de Deus e do
tempo, se habilitará, a fim de esperá-los no Dia de Deus com alegria. Papai,
tudo depende de você e de Mamãe. Pensemos em renovação e trabalho, progresso e
tranquilidade. Saudade ficará, mas o esforço pela nossa própria adaptação é
caminho para a mudança de que necessitamos. Vou melhorar e evoluir, ampliar
aquisições, conquistar mais alta compreensão da vida e para isso dependo
unicamente de vocês e dos nossos entes queridos. Preciso de apoio e segurança em
maior grau, a fim de conseguir o que necessito, em nosso favor. Espero que
vocês estejam vigorosos e fortes... Meu pai, não me procure nas letras que faço.
Sou alguém aqui a me valer de forças conjugadas que me influenciam para que não
falte ao recado. Veja-me no carinho e no anseio com que lhe rogo: não deseje
morrer. Seu filho aqui está pelo sentimento que me orienta frase por frase. Não
culpem ninguém. Deu-se o que me esperava, encontrei a sabedoria da vida que nem
sempre sabemos compreender. Confiemos em Deus e esperemos o amanhã melhor do
que hoje. Papai, guarde fé e serenidade. Mamãe, permaneça valorosa e serena. Se
chorarem, choremos de alegria e esperança por saber que nos reencontraremos, um
dia, e recebam aquele beijo do filho sempre reconhecido, Toni”.
(Antônio Cézar
Nunes Cardeal por Chico Xavier)
“Passado é passado. Busquemos viver”.
(Antônio Cézar Nunes
Cardeal por Chico Xavier)
“A morte não é o fim. A vida prossegue, tudo prossegue,
entretanto, precisamos de amor e fé viva em Deus para estarmos em paz”.
(Antônio
Cézar Nunes Cardeal por Chico Xavier)
“A
morte deve ser um portão aberto espontaneamente”.
(Antônio Cézar Nunes Cardeal
por Chico Xavier)