“JESUS deu dignidade à mulher ao retirá-la da
posição inferior em que fora colocada como fez com coxos, pecadores e pobres, pregando
a igualdade e a liberdade de todos perante o reino celeste, atitude que rompeu
tabus e revolucionou os paradigmas da sociedade palestina... Em diversos
momentos proclamou o respeito à mulher e censurou os hipócritas, como na casa
do fariseu que o convidara para a refeição, onde a mulher arrependida banhou
seus pés com lágrimas e os enxugou com os cabelos (Lc 7:36ss); ou quando pediu
água para a samaritana, com quem os judeus não podiam conversar (Jo 3:7ss).
Numa visita, sentindo Marta ocupada apenas com os afazeres domésticos, JESUS
dirigiu elogios a Maria que preferira escutar suas lições, prestigiando àquela
que abdicava do papel subalterno para dedicar-se às coisas do espírito (Lc
10:38ss)... Relembre-se que JESUS percorria cidades e aldeias acompanhado pelos
apóstolos e por algumas mulheres, casadas ou não, que ajudavam nos afazeres e
nas despesas das viagens e aprendiam as escrituras, o que não lhes era
permitido, como Maria Madalena, Joana, Susana, mulher de Cusa, e outras, como
Salomé, esposa de Zebedeu e Maria, mãe de Tiago e José (Lc 8:1ss). A trajetória
do martírio, a morte de cruz, o sepultamento e a ressurreição contaram com o
testemunho feminino, dolorosa retribuição de afeto a quem deu à mulher a
proeminência de pessoa, feição histórica que não pode ser apartada do
sacrifício da redenção”.
(Desembargador do egrégio TJRS, Prof. José Carlos
Teixeira Giorgis)
“O Direito é importante, no entanto, mais
importantes que o Direito são o Sol, a Vida, a Natureza, as pessoas...”
(Professor Sebastião Marsicano Ribeiro)
“O
direito foi feito para o homem e não o homem para o direito. As regras
jurídicas têm de ser pensadas em função das pessoas, que nascem, crescem e morrem
à procura da felicidade e da paz. Não faz sentido entronizar-se o direito como
ciência, como um ente autônomo, com vida própria. Todas as ciências devem ser
subordinadas ao grande ideal de servir ao ser humano, não só ao coletivo, mas a
cada pessoa individualmente. Pois, muitas vezes, por trás da aparente utilidade
está a crueldade mais dura e calculada... Não podemos nos transformar em
instrumentos da luta entre pessoas, classes e nações, em ferramentas para que
as pessoas humilhem umas às outras e se vinguem reciprocamente. Não devemos
fazer o papel de vingadores estatais, procurados para satisfazer a sede de
vingança de uns contra outros. Grandes deformações do direito ocorreram na
Alemanha nazista, na União Soviética comunista, na Itália fascista e em outras
nações, inclusive a nossa... E, infelizmente, há ainda aqueles que querem a
continuidade da lei de talião como forma de resolver os problemas... Maior é o
juiz que, dentro da humildade que deve ter, dialoga por horas a fio com os advogados
e as partes, numa atitude democrática e termina os processos por acordo das partes.
Esse é mais vocacionado que aquele outro que está preocupado com sua brilhante erudição
manifestada em sentenças ricas de citações de doutrina e jurisprudência, mas
que não enxergou os corações inseguros das partes batendo descompassados por
detrás das falas dos seus advogados. Grande é o advogado que leva seus clientes
às soluções conciliatórias, pois mostram que acima do seu interesse nos
honorários coloca o interesse dos seus clientes, que carecem, não da luta
interminável e desgastante contra seus adversários, mas das soluções
verdadeiras e definitivas, que se representam no encerramento das lides, cujo
caminhos se encurtam pela celebração dos acordos... Acima das regras
processuais, dos autos, das formalidades, encontram-se as pessoas que
comparecem à sala de audiências esperando conseguir a paz”.
(Magistrado Luiz
Guilherme Marques)
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