“Não há nenhum problema em
escolhermos qualquer data para homenagear a vinda do nosso MESTRE ao planeta. A
partir do momento que sabemos que a data do Natal é uma data simbólica, que nós
já introjetamos em nosso psiquismo cristão, vale a pena pensar que JESUS CRISTO
nasce em nós, nasce em cada criatura, em períodos diferentes de sua vida. Um
notável escritor paulistano escreveu, num dos seus contos, num dos seus
trabalhos, uma página intitulada: ‘JESUS nasceu,
onde e quando?’ Essa página veio assinada por Vinícius, que era o
pseudônimo de Pedro de Camargo. Nessa mensagem, ele procura situar, por
exemplo, na vida de Maria de Magdala, quando foi que JESUS nasceu para ela. Não
nasceu em nenhum vinte e cinco de dezembro, nasceu naquele dia em que a retirou
da prostituição. Se perguntássemos a Simão Pedro, para ele quando foi que JESUS
nasceu, certamente ele poderia responder que JESUS nasceu quando o MESTRE apareceu
para ele, abrindo-lhe os braços. JESUS nasce para cada uma das criaturas
humanas, para cada um de nós, num momento diferente, no momento da dor, numa
hora de desespero ou num momento de grande ternura e de imensa paz. Logo, é
importante que o Natal seja mais do que uma festa em honra do comércio e das
vendas de final de ano. Importante que, para nós, o Natal seja uma festa de
amor. Todas as datas que pudermos usar para o bem será uma boa data para o bem.
Reunir a família, jantar, almoçar, trocar mimos, nenhum problema. O que devemos
ter cuidado é de não transformarmos o Natal na troca de presentes. Nós nos valemos
da data do Natal para fazer essa confraternização, conscientes de que o mais
importante do que todos os presentes que troquemos, todas as comidas que
tenhamos, bebidas que bebamos, o mais importante é abrir a nossa intimidade, a
nossa gruta do coração, para que aí, então, JESUS possa nascer. Seria válido
cada qual de nós se perguntar: Será que
na vida que eu levo, do jeito que eu levo, JESUS já nasceu para mim? Será que CRISTO
corresponde para mim uma realidade vivencial ou ainda é um mito reverenciado
nos altares, dependurado no pendentif? O que é JESUS para mim? Então,
nesses tempos de tantas adaptações, quando o mundo atual converteu JESUS CRISTO
num produto vendável, num produto comprável, cada cristão autêntico, cada
cristão consciente do quanto representa para si a mensagem do Nazareno, se
possa perguntar: Será que
eu já permiti que Ele nasça em meu coração? É necessário, como
estabeleceu, João, o Batista, conforme as notas de João, o Evangelista, 3:30: ‘Convém que Ele cresça e que eu
diminua’. O Natal de JESUS não pode ser uma mera comemoração de
mesas e de comércio, de trocas e de folguedos, mas deverá ser o momento de
profunda reflexão”.
(Doutor em Educação, Professor,
Filantropo e um dos Fundadores da Sociedade Espírita Fraternidade, Raul Teixeira)
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