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“O estudo do animismo nos povos primitivos e nas
crianças mostra-nos como o poder criador do homem povoou o mundo de mitos que
lhe permitiram compreender e estruturar a realidade exterior para poder
dominá-la... Para o homem dos tempos mitológicos, o mito aparece como realidade
e o real como simples matéria que serve para moldar-se à realidade do mundo.
Não é de admirar que os homens daqueles tempos dessem preferência aos mitos,
desprezando o histórico... São Francisco de Assis, um santo que dispensava a
canonização, deu a sua vida para forçar a Igreja retornar a CRISTO. E todas as
grandes figuras da Igreja, homens e mulheres, que tiveram olhos para ver a
desfiguração do Cristianismo, foram alijadas do seio da Santa Madre. Apesar de
tudo isso, ou talvez por tudo isso, o Cristianismo conseguiu, como o fermento
da parábola, infiltrar-se no mundo e levedar, embora apenas em parte, a massa
do mundo... A leitura dos textos evangélicos e bíblicos era privativo dos
clérigos e só eles podiam dizer o que os textos ensinavam — e apesar disso
esses textos produziram transformações fundamentais no plano sociocultural. Mas
nem por isso o Cristianismo conseguiu vencer a asfixia dos poderes combinados
do mundo, o religioso e o político, ambos assentados na sólida base da
ignorância generalizada e acionados pela força convincente do dinheiro... Os
homens são o que são, e não o que deviam ser, em cada fase da evolução terrena,
e gozam sempre da jurisdição de si mesmos, para que possam, no uso de seu livre
arbítrio, desenvolver a consciência de suas responsabilidades intransferíveis.
Os fatos não se desenrolam ao acaso, mas na sequência orgânica do crescimento...
O próprio CRISTO previra isso e anunciara, como se vê de maneira mais clara no
Evangelho de João, a deformação dos seus ensinos e a necessidade do seu
restabelecimento do futuro... A visão do MESTRE abrangia todo o panorama das
transformações históricas de um longo futuro”.
(Jornalista, Filósofo,
Parapsicólogo, Educador e Escritor, José Herculano Pires)
‘VULGATA VERSIO’:
“A
grande figura de JESUS ultrapassa todas as concepções do pensamento. Eis por
que não pode ter sido criada pela imaginação. Nessa alma, de uma serenidade
celeste, não se nota mácula nenhuma, nenhuma sombra. Todas as perfeições nela
se fundem, com uma harmonia tão perfeita que se nos afigura o ideal
realizado... Os Evangelhos, escritos em meio das convulsões que assinalam a
agonia do mundo judaico, depois sob a influência das discussões que
caracterizam os primeiros tempos do Cristianismo, se ressentem das paixões, dos
preconceitos da época e da perturbação dos espíritos. Cada grupo de fiéis, cada
comunidade, tem seus evangelhos, que diferem mais ou menos dos outros. Grandes querelas
dogmáticas agitam o mundo cristão e provocam sanguinolentas perturbações no
Império, até que Teodósio, conferindo a supremacia ao papado, impõe a opinião
do bispo de Roma à cristandade. A partir daí, o pensamento, criador demasiado
fecundo de sistemas diferentes, há de ser reprimido. A fim de pôr termo a essas
divergências de opinião, no próprio momento em que vários concílios acabam de
discutir acerca da natureza de JESUS, uns admitindo, outros rejeitando a sua
divindade, o papa Damaso confia a São Jerônimo, em 384, a missão de redigir uma
tradução latina do Antigo e do Novo Testamento. Essa tradução deverá ser, daí
por diante, a única reputada ortodoxa e tornar-se-á a norma das doutrinas da
Igreja: foi o que se denominou a ‘Vulgata’.”
(Léon Denis)
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