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05/06/2011

Para refletir – Que tipo de história nós estamos escrevendo?

(foto do site 'grandesmensagens')
Augusto Cury
(psiquiatra, psicoterapeuta, escritor e cientista brasileiro)
(Do livro ‘12 Semanas Para Muda Uma Vida’)

Somos fagulhas vivas que cintilam durante poucos anos no teatro da vida e depois se apagam tão misteriosamente quanto acenderam. Nada é tão fantástico quanto à vida, mas nada é tão efêmero e fugaz quanto ela.

Hoje estamos aqui, amanhã seremos uma página na história. Um dia, tombaremos na solidão de um túmulo e ali não haverá aplausos, dinheiro, bens materiais. Que história escrevemos? Que sementes plantamos?

Se a vida é tão rápida, não deveríamos, nessa breve história do tempo, procurar os mais belos sonhos, as mais ricas aspirações? Pelo que vale a pena viver? Quais sonhos nos controlam? Quais são as nossas metas e os nossos maiores empreendimentos?

Alguns têm depressão, ansiedade, estresse, não por conseqüências dos conflitos da sua infância, mas pela angústia existencial, pela falta de um sentido de vida sólido. Lembre-se ...: alguns têm fortunas, mas mendigam o pão da alegria; têm cultura, mas falta-lhes o pão da tranqüilidade; têm fama, mas são parceiros da solidão. Erraram o alvo.

Um dos mais populares cantores brasileiros disse certa vez que tinha tudo o que uma pessoa podia desejar ter, mas não tinha prazer de viver. Solidão, tédio, falta de sentido de vida e vazio existencial não faziam parte do dicionário do Mestre dos mestres.

Até quando o corpo de Jesus morria na cruz, ele ainda era um grande empreendedor, um conquistador do território da emoção. Era capaz de surpreender as pessoas com frases inesquecíveis.

O chefe da escolta dos soldados, encarregado de executar a sentença de Pilatos, apurou seu senso de observação aos pés da cruz e foi conquistado por ele. Cada reação de Jesus golpeou sua insensatez e abriu as janelas da sua inteligência. Deixe-me dar um exemplo dessas reações.

Na hora mais dramática da crucificação, a primeira hora, Jesus sofreu uma dor insuportável. Não havia espaço para ter outra reação a não ser gritar, ter reações violentas, reagir por instinto. Mas para a nossa admiração, ele esqueceu-se de si e bradou ao seu Pai que Ihes perdoasse. Do ponto de vista psiquiátrico é impossível para um crucificado ter um raciocínio lúcido quanto mais afetivo e altruísta como o de Cristo.

Ele disse que seus carrascos não sabiam o que faziam. Expressou que eles eram escravos do sistema, cumpriam ordens sem refletir, não eram livres. Por isso, com lábios trêmulos, desculpou-os sem que eles lhe pedissem desculpas. Compreendeu homens incompreensíveis. Perdoou a homens imperdoáveis. Que inteligência é essa que deixa extasiada a sociologia e a psicologia?

O Mestre dos mestres é o ser humano mais famoso da história, mas um dos menos conhecidos nas magníficas áreas da sua personalidade... Ele foi o maior educador, psicoterapeuta, socioterapeuta, pensador, pacifista, orador, vendedor de sonhos, construtor de amigos, executivo, empreendedor, promotor da qualidade de vida de todos os tempos.
 
 

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